Você já começou um relacionamento acreditando que seria totalmente diferente, mas logo percebeu que as mesmas situações do passado voltaram a acontecer?
É como se o ex tivesse mudado de corpo e reaparecido na sua vida.

Isso não é coincidência.
E também não significa que você “não sabe escolher”.
A psicanálise tem um nome para isso: repetição inconsciente.

A ilusão da escolha consciente

Na superfície, parece que você está escolhendo alguém novo, com outras características.
Mas, sem perceber, o inconsciente busca o que é familiar.

Não se trata de azar, e sim de um roteiro interno.
Se você aprendeu, lá atrás, que o amor está ligado à indiferença, à rejeição ou à cobrança, pode acabar se atraindo por pessoas que reproduzem esse mesmo padrão.

 É como se dentro de você houvesse uma bússola emocional apontando sempre para o mesmo lugar.

Por que repetimos o que nos faz mal?

A psicanálise chama isso de compulsão à repetição.
Não repetimos porque gostamos do sofrimento.
Repetimos porque, no fundo, existe uma tentativa inconsciente de corrigir o passado.

O novo parceiro vira uma oportunidade (que não percebemos) de tentar reescrever a história antiga.
Só que, quase sempre, o roteiro acaba igual.

O ex que “reencarna” nos relacionamentos

Por isso, muitas mulheres dizem:

“Eu jurei que dessa vez ia ser diferente, mas parece que o ex voltou na vida do novo parceiro.”

Não é o ex que voltou.
É o mesmo padrão emocional que se manifesta de novo.

Enquanto esse padrão ficar escondido, ele segue conduzindo suas escolhas.

Como quebrar esse ciclo

1. Reconheça o padrão – observe sem culpa: o que seus relacionamentos têm em comum?
2. Questione a atração – por que justamente esse tipo de pessoa te chama atenção?
3. Saia do piloto automático – a consciência já é o primeiro passo para mudar o mapa interno.
4. Busque apoio terapêutico – a psicanálise ajuda a dar nome ao que se repete e abrir novas possibilidades de escolha.

Um novo roteiro é possível

Você não precisa viver histórias repetidas.
Quando traz à consciência os padrões invisíveis, descobre que pode escolher diferente,  não por medo da solidão, mas por amor a si mesma.

E então, o ex deixa de “reencarnar” nos novos parceiros, porque você finalmente assume a caneta para escrever outra história.

Foto de JEREMY MALECKI na Unsplash